Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, morreu no dia 13 de abril após ser esfaqueado, supostamente a mando do marido da médica Sabrina Iara, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. O crime teria sido motivado por vingança, após o esposo da médica, Gabriel Tacca, descobrir a traição. Ambos são investigados por homicídio qualificado e fraude processual.
O caso ganhou repercussão após imagens de uma câmera de segurança, registradas em 9 de março, mostrarem Ivan e Sabrina se beijando na frente da casa onde ela morava com o marido, em Sorriso. Nas imagens, a médica aparece usando um baby doll preto enquanto se despede do amante. Ivan, ao perceber a câmera, faz gestos com as mãos, indicando estar ciente da gravação.
Segundo a Polícia Civil, Ivan era morador de Tapurah (a 113 km de Sorriso) e costumava se hospedar na casa do casal quando viajava à cidade. Treze dias após o vídeo, no dia 22 de março, ele foi esfaqueado em uma distribuidora de bebidas no bairro Village, de propriedade de Gabriel. Ele foi socorrido e levado ao Hospital 13 de Maio, onde permaneceu internado até falecer, após uma parada cardiorrespiratória.
Simulação de briga
Inicialmente, Gabriel alegou que não conhecia Ivan e que o esfaqueamento teria ocorrido durante uma briga de bar, envolvendo um homem identificado como Danilo Guimarães. Danilo também compareceu à delegacia e sustentou a mesma versão, dizendo ter agido em legítima defesa.
Contudo, durante as investigações, a polícia descobriu que Gabriel era, na verdade, amigo íntimo da vítima e teria encomendado o crime como forma de vingança após descobrir o caso entre Ivan e sua esposa. A facada foi dada pelas costas e a situação foi forjada para parecer uma briga comum.
Fraude processual
Ainda segundo a polícia, a médica Sabrina Iara também está envolvida no caso. Quatro minutos após a entrada de Ivan no hospital, ela se apresentou como “amiga” do paciente e, aproveitando sua posição como médica, pegou o celular da vítima para apagar provas do relacionamento.
Durante o tempo em que esteve com o aparelho, Sabrina teria apagado mensagens, fotos e até um vídeo que Ivan havia feito de seu agressor. Três dias depois, ela entregou o celular à família da vítima, alegando ter excluído os arquivos “para protegê-lo”.
De acordo com o delegado Bruno França, responsável pelo caso, Sabrina foi a principal articuladora da fraude processual, com o objetivo de ocultar a verdade das autoridades.
Operação e mandados
Na última terça-feira, a Polícia Civil deflagrou a Operação Inimigo Íntimo, cumprindo cinco ordens judiciais, incluindo dois mandados de prisão temporária (contra Gabriel e Sabrina), além de três mandados de busca e apreensão.
As medidas foram decretadas pela 1ª Vara Criminal de Sorriso, com base nos crimes de homicídio qualificado e fraude processual. As investigações continuam para apurar todos os detalhes do crime e o grau de envolvimento de cada suspeito.