Governador Mauro Mendes sai em defesa de Bolsonaro após prisão domiciliar: “Desnecessária e injusta”

Por: Diamantino Alerta - Da Redação

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), se manifestou publicamente em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que passou a cumprir prisão domiciliar a partir da tarde de segunda-feira (4). A medida foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente descumprir medidas cautelares anteriormente impostas.

Em nota publicada nas redes sociais, Mauro Mendes classificou a decisão como “desnecessária e injusta” e criticou o que considera uma continuidade da polarização política e jurídica no país. Para o governador, a prisão tem motivações políticas.

“Mais um lamentável capítulo desta triste história de polarização política, ideológica e jurídica no Brasil. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é desnecessária, injusta e representa mais uma mácula no resultado de um julgamento que deveria ser justo e imparcial”, declarou.

O chefe do Executivo estadual também mencionou os desafios enfrentados pelo Brasil, como a crise nas contas públicas, o rombo na previdência e o crescimento de facções criminosas, inclusive em Mato Grosso.

“Enquanto isso, o país caminha para o caos nas contas públicas, um colapso na previdência e o avanço sem precedentes do crime e das facções criminosas. Somos o país da impunidade para os criminosos, mas se prende um ex-presidente por um suposto golpe que nunca aconteceu”, afirmou.

Mendes ainda reforçou que, na sua visão, não houve tentativa real de golpe de Estado. Essa linha de raciocínio é semelhante à de aliados de Bolsonaro investigados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro de 2023, bem como por mobilizações e acampamentos que pediam intervenção militar.

Ao final do comunicado, o governador defende que o Judiciário atue com equilíbrio e sem “perseguições contra políticos”.

“É hora de um basta, precisamos focar no Brasil e no que realmente pode ajudar a construir uma nação livre, soberana, democrática, sem tolerar nenhum excesso ou ilegalidade, de qualquer cidadão e, principalmente, de qualquer poder constituído”, completou.

Entenda o caso: medidas cautelares e a prisão domiciliar

Desde 18 de julho, o ex-presidente Jair Bolsonaro estava submetido a diversas medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, proibição de acessar embaixadas e consulados, além de não poder manter contato com autoridades estrangeiras ou utilizar redes sociais, nem mesmo por meio de terceiros.

A decisão de prisão domiciliar foi tomada após Bolsonaro usar as redes sociais para se comunicar com apoiadores, o que descumpre diretamente as determinações judiciais.

Além disso, segundo a Polícia Federal, tanto Jair Bolsonaro quanto seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), teriam articulado com autoridades dos Estados Unidos a imposição de sanções contra membros do Estado Brasileiro. O objetivo seria alegar perseguição judicial no processo da Ação Penal 2668, que envolve o ex-presidente.

A PF afirma que ambos atuaram “dolosa e conscientemente de forma ilícita”, tentando “submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado estrangeiro, por meio de atos hostis derivados de negociações espúrias e criminosas”.

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