Adulteração de bebidas volta a preocupar: operação em MT desmonta galpão clandestino e intoxicação por metanol mata três em SP

Por: Diamantino Alerta - Da Redação

Em menos de 48 horas, dois episódios distintos, mas igualmente alarmantes, expuseram novamente os riscos ligados à adulteração de bebidas alcoólicas no Brasil. Na manhã de ontem (30/09), uma operação policial em Nova Mutum/MT desmontou um galpão clandestino que falsificava milhares de garrafas de cerveja por semana. Já em São Paulo, três pessoas morreram, entre elas um advogado de 45 anos, após suspeita de intoxicação por metanol — um álcool industrial proibido para consumo humano.

Embora as investigações não apontem ligação direta entre os dois casos, os episódios revelam um cenário preocupante: a banalização de crimes que ameaçam a saúde pública e exigem respostas urgentes das autoridades.

Galpão clandestino em Nova Mutum falsificava até 900 caixas por semana

A Polícia Civil, a Polícia Militar e a Politec localizaram em Nova Mutum um depósito usado como fábrica clandestina de bebidas. No local, além de centenas de caixas vazias, os agentes encontraram mais de 3 mil garrafas de cerveja adulteradas, já embaladas e prontas para o comércio regional.

Segundo o Major Couto, que comandou a operação, a quadrilha vinda de Brasília atuava no município havia cerca de quatro meses. Durante esse período, o grupo recebia cervejas de Sinop/MT e as reenvasava de forma ilegal. Em seguida, adulterava os produtos antes de distribuí-los. Os policiais prenderam cinco envolvidos em flagrante e lacraram o galpão.

As investigações continuam e, por isso, a polícia orienta consumidores e comerciantes a checarem com rigor a procedência das bebidas, principalmente lacres, selos e rótulos.

Em São Paulo, mortes levantam novo alerta sobre metanol

Em São Bernardo do Campo/SP, a morte do advogado Marcelo Macedo Lombardi, de 45 anos, acendeu o alerta entre as autoridades. Ele aparece entre as três vítimas fatais confirmadas após intoxicação por metanol. Essa substância, embora utilizada em solventes e combustíveis, é extremamente tóxica e proibida em bebidas alcoólicas.

Marcelo começou a passar mal poucas horas após consumir drinques em uma confraternização. Primeiro sentiu visão turva e confusão mental; depois, apresentou dores abdominais e rebaixamento de consciência. Equipes médicas o internaram, mas ele não resistiu. Exames laboratoriais detectaram metanol em seu organismo.

O caso, portanto, gerou mobilização nacional. O Ministério da Justiça e Segurança Pública recomendou que hospitais considerem a hipótese de intoxicação por metanol em casos semelhantes. Além disso, a pasta orientou bares e restaurantes a intensificarem a checagem de rótulos e selos fiscais.

Dois crimes, um mesmo risco

Apesar de independentes, os dois episódios mostram o mesmo perigo: bebidas adulteradas podem matar. Dessa forma, especialistas reforçam que a produção e a distribuição desses produtos configuram crimes graves previstos no Código Penal.

A falta de fiscalização, somada à ação de quadrilhas especializadas, amplia a circulação desse tipo de bebida, muitas vezes indistinguível do original para o consumidor comum. Por isso, autoridades insistem que qualquer suspeita seja denunciada anonimamente pelo 190 ou pelo Disque Denúncia (181).